Monday, September 25, 2006


Sonhar ainda é possível...

Um dia desses estava lendo um texto supostamente escrito pelo Zeca Baleiro, onde ele faz uma crítica às propagandas da atualidade e a ausência de alguns valores morais nas mesmas.
Aproveitando essa minha paixonite aguda por ele, resolvi registrar aqui a minha opinião sobre o assunto. Na verdade, isso tudo me remeteu a algumas lembranças; quero dizer, meu pai era publicitário; na faculdade, embora minhas aulas fossem de fotografia, tive contato com a publicidade (explicarei melhor isso no decorrer do texto), meu ex-namorado também fazia publicidade, mesmo contra a vontade. Logo, não pude fugir disso...

Sei que essas discussões geralmente não levam a nada, no entanto, achei que seria interessante colocar aqui algumas idéias, por mais inúteis que fossem.

Sim, a publicidade manipula as pessoas de uma tal maneira, fazendo com que elas se sintam infelizes caso não consumam determinado produto, por pior que seja. Os publicitários por sua vez, vendem um produto que provavelmente não usam, logo, podemos chamar tal situação de “propaganda enganosa”. O que de fato é mesmo!

(Nossa! Agora me lembrei de uma das tirinhas da Mafalda – Quino - onde está o Miguelito assistindo TV e ela pergunta: “-Oi, Miguelito! Coisa boa na TV?” e ele responde: “- Acabei de ligar...mas parece que se você passa desodorante, depois come salsichas e aí compra uma máquina de lavar roupas, só não é feliz se for muito idiota!”. Hahaha...sou fã da Mafalda!).

Não sou contra a propaganda. Mas seria interessante ter um pouco de ética, e é neste ponto que concordo com as idéias expostas no texto do Zeca. Claro que existem propagandas boas, mas parecem tão escassas que passam quase despercebidas pela maioria das pessoas. Como escrevi anteriormente, meu pai era publicitário, mas nunca o vi fazendo nada de mau gosto. Não estou defendendo. Apenas nunca o vi fazendo uma propaganda, incitando pessoas a perderem alguns valores (como a propaganda de Dia dos Pais do shopping Iguatemi, citada por Zeca em seu texto, onde há a cena de um pai sorridente, com gel de barba no rosto e uma menininha de uns 6 ou 8 anos ao seu lado, com ar de família aristocrática londrina, risinho faceiro entre o angelical e o satânico. E no pé da página, um slogan do tipo: “Você vai herdar tudo dele mesmo, então é bom caprichar no presente...”. Muuuito bizarro!! ),simplesmente para vender um determinado produto. Talvez por isso, ele não tenha feito um sucesso estrondoso em sua área, mesmo sendo um ótimo profissional...

Na faculdade, tive aulas de fotografia. Uma das melhores disciplinas que eu poderia ter tido. E nessa época, fui apresentada ao trabalho de um cara que admiro bastante “Oliviero Toscani”, fotógrafo italiano, ex-publicitário da Benetton. Que inclusive, escreveu um livro denominado “A publicidade é um cadáver que nos sorri” (com esse título, creio que eu não precise fazer mais nenhum comentário).

Em suas campanhas, ele chocou muita gente, ao abordar temas até então, encobertos pela maioria, como o racismo, a AIDS, diversidade sexual, guerra, religião, entre outros. Lembro de ter assistido um“Roda Viva” com ele, onde os entrevistadores, indignados com seus trabalhos, chegaram ao cúmulo de perguntar se Oliviero era uma pessoa “feliz”. Achei engraçado; primeiro, porque os entrevistadores representavam grandes veículos de comunicação do país (nosso país!!). Depois, porque parece que mostrar bundas, mulheres semi-nuas e crianças interesseiras em uma propaganda, é perfeitamente normal, enquanto, vender um produto, utilizando “imagens” (de bom gosto) da guerra ou assuntos polêmicos, que as pessoas fingem não enxergar, soa, no mínimo como um abuso por parte de Toscani.

Há quem conteste meu ponto de vista. Eu, realmente acho que o cara é um gênio. Para o bem ou para o mal, suas campanhas contestaram muitas coisas e de alguma forma, mexeu com as pessoas. Acho que prefiro ver uma propaganda com a imagem de duas crianças, uma branca e outra negra, de mãos dadas (carregada de significados), a ver mulheres de biquíni, rebolando com um copo de cerveja na mão. Gosto daquela imagem inocente, beirando o puro, o poético. Fico pensando que talvez seja mais difícil fazer propagandas deste tipo, pois, é necessário estimular as pessoas a pensarem, muitas vezes, de uma outra maneira, sob outros pontos de vista (no caso de Toscani, era necessário estar atualizado ou pelo menos, entender um pouco sobre política, conflitos religiosos, etc). Convenhamos, é muito mais cômodo (e rentável) trabalhar com “fórmulas prontas”, que criar novos caminhos (estou chegando à conclusão que essa teoria funciona em muitos outros aspectos também). Sei que devo conhecer os caminhos trilhados, porém, espero sinceramente, abrir e caminhar pelos novos, de outras maneiras, sob um novo olhar...sempre!

Acho que fazer propaganda de um produto, que não é tão bom, que o publicitário jamais usaria - justamente por não acreditar na idéia que ele próprio vende – simplesmente pela renda que ele gerará, é no mínimo frustrante; porém, eu até entendo e respeito (embora, não concorde), afinal, “são ossos do ofício”. Agora, acho demais aceitar calada, os meios utilizados atualmente para chegar ao resultado desejado (ultimamente, creio que devido à grande concorrência, o nível das propagandas anda tão baixo, tão baixo, que está beirando o absurdo! Parece que qualquer coisa serve, desde que faça o povo consumir sempre mais. E ninguém parece perceber!!).

É uma pena que isso ocorra com tanta freqüência! Como reverter tudo isso? Ainda existe uma esperança? Cadê os valores?

Bom, ainda posso sonhar...


Se quiser ler o texto escrito pelo Zeca, acesse: www.uol.com.br/zecabaleiro/


By Priscilla Oliveira







Noite Perfeita!!

Bom, vou iniciar oficialmente meu blog com um texto sobre o show que a Rita Ribeiro e o Zeca Baleiro fizeram no Tom Brasil, no último dia 19/09/06.

Antes de tudo,porém, acho interessante esclarecer alguns pontos...confesso que não era “super” fã do Zeca Baleiro até um mês atrás. Eu conhecia um pouco do trabalho dele, gostava de algumas músicas, mas nada que eu pudesse chamar de extraordinário.

Certo dia, eu estava sozinha em casa, sem ter absolutamente nada para fazer, quando resolvi assistir ao DVD “Líricas” que tenho. E me apaixonei! Obviamente não no sentido literal da coisa, mas sei lá, além de ter realmente prestado atenção nas letras e sons, aquilo me conquistou de uma tal maneira, que simplesmente não consegui parar de ouvi-lo (minha família que o diga!). E desde este dia, comecei a prestar mais atenção em coisas que até então, não faziam muito sentido pra mim, comecei a olhar de outra maneira para o bom e velho Zeca e sua poesia que eu já conhecia, porém, não valorizava.

E a partir disso, desta súbita paixão, resolvi ir ao show dele no Tom Acústico (repetindo a informação...heheh).
Chamei algumas pessoas para irem comigo, inclusive um amigo que disse realmente adorar o Zeca, no entanto, no tão esperado dia, acabei indo sozinha mesmo.

Bom, a casa estava cheia, muitos fãs, jornalistas e alguns famosos estavam na platéia. Zeca entrou no palco às 22h, junto com Rita, cujo trabalho eu também não conhecia muito bem, mas que me surpreendeu consideravelmente (quero fazer uma observação aqui, sobre a Rita...ela tem uma presença de palco contagiante, uma energia tão forte, tão indescritível, que simplesmente não consegui desviar o olhar um minuto sequer...mas, deixarei esse assunto para um próximo texto).

O espetáculo foi realmente muito bom, e acho que por isso, este não foi o melhor show que já fui. Acabou tão rápido!
Foram apenas 1h30 de show, que convenhamos, para um encontro como este, foi pouco, pouco demais!! Fiquei com aquela sensação de “faltou alguma coisa, mas não sei exatamente o que”. Por outro lado, não me arrependi um só minuto por estar lá, naquele momento, mesmo que sozinha. Durante o show, conheci uma guria muito gente boa, chamada Bruna, mas acabamos não mantendo contato depois.

Quando terminou, alguém me deu a dica de como entrar no camarim. Na verdade, me explicou como as coisas funcionam (algumas pessoas iriam entrar para falar com eles – Rita e Zeca – e tals. Prefiro não citar o nome da pessoa que me ajudou, por sigilo mesmo).
A questão é que entrei no camarim. E no caminho até lá, conheci algumas pessoas, entre elas, a Jamili; uma guria muito fofa, de muito caráter e alguém que espero que entre pro meu hall de amigos.

Bom, lá dentro estava cheio, abafado, todos disputavam a atenção do Baleiro (Rita sumiu! Não sei onde ela estava nesse momento!). Ele por sua vez, se mostrou extremamente atencioso e educado. Na verdade, me arrependi um pouco de ter ido até lá. Sim, queria conhecê-lo pessoalmente, mas minha intenção, como uma boa “aluna” recém-formada em jornalismo, era entrevistá-lo. Porém, não de maneira comum, quero dizer, não quero saber aquelas coisas que todas as pessoas já sabem (como começou a carreira, o nome verdadeiro dele, de onde veio o “Baleiro”, o nome da esposa, dos filhos, a cor da cueca, etc); minha intenção era fazer uma “entrevista filosófica”, algo quase beirando o transcendental.Tipo, encontrá-lo num lugar tranqüilo e conversar de maneira informal com ele, sobre diversos assuntos, importantes ou não. Apenas conversar sobre qualquer coisa e essa seria a minha entrevista. Algo leve, descontraído, interessante. Sei lá...acho que viajo demais.

De qualquer forma, escrevi este texto apenas para dizer que realmente tive uma noite perfeita! Fui ao show, conheci pessoas novas, fiz uma nova amiga e conheci um dos artistas, aparentemente, mais inteligentes e, de certa forma, excêntricos da atualidade. E com certeza pretendo fazer isso mais vezes! Quanto à entrevista, quem sabe um dia, né?

** Uma coisa, fútil na verdade, mas que não pude deixar de escrever.Durante o show, Zeca usou uma roupa toda Verde e camisa Rosa (Mangueira?). Não pude deixar de compará-lo ao Grilo Feliz...estava o próprio! Juro que tentei não falar sobre isso, mas não consegui. Como ele mesmo disse: “- Não basta ser brega! Tem que saber ser brega!”. E dá-lhe Baleiro!


By Priscilla Oliveira

Para Começar...

Nunca gostei muito de Blogs e essas coisas muito públicas. Pra dizer a verdade, não tenho muita paciência pra isso. No entanto, senti necessidade de criar um; talvez para me integrar a um mundo do qual indiretamente faço parte, talvez para saciar meu desejo de publicar meus textos...Palavras...que provavelmente não interessarão a nenhum veículo de comunicação, digamos, formal. De qualquer forma, espero que gostem, pois, pretendo escrever textos sobre diversos assuntos...úteis ou não...

by Priscilla Oliveira