Friday, August 31, 2007

Hoje, bateu uma vontade súbita de escrever. Talvez, por não ter com quem falar certas coisas...então, escrevo.

Como eu já esperava, tudo o que chega rápido em nossas vidas, vai embora com a mesma rapidez. Todos sabemos disso, mas preferimos questionar e, às vezes, apostar que talvez as coisas possam ser diferentes. Porém, ando descobrindo aos pouquinhos, que em alguns casos, as coisas andam em círculos mesmo e, por mais que eu tente mudar, elas simplesmente não mudam.

Descobri por exemplo, que infelizmente, todas as pessoas que gosto e são importantes pra mim, sempre precisam ir embora da minha vida de uma maneira ou outra. Sejam elas, parentes, amigos,namorados, elas sempre têm que ir e não posso fazer muita coisa para impedí-las.

Já havia feito essa constatação há algum tempo. E a cada dia, aprendo a lidar um pouquinho mais com isso. Quando o "outro alguém" entrou na minha vida, eu já sabia que, logo, logo, ele teria que ir, como todos os outros. Mas diante de tanto carinho,atenção, alguns planos e algumas promessas, quis acreditar (novamente) que poderia ser diferente. Que talvez, ele pudesse ficar. Mas ele não pode.

A vida, mais uma vez, levará uma das pessoas que gosto embora. Seja por meio da distância física ou da simples distância psicológica (aquela em que as pessoas estão próximas apenas fisicamente).Então, resolvi escrever este post, talvez para dividir com ninguém, o nozinho na garganta que estou sentindo. Talvez, para eu me conformar com uma situação que eu sabia que aconteceria cedo ou tarde.

Como falei para o "outro alguém": o importante é que existiu. Pode não ter durado muito. Talvez, tenhamos nos conhecido na época errada (estará errada mesmo?), mas o que sentimos (Sentimos? Posso falar apenas por mim), em pouco mais de 1 mês, pode ter significado mais que 1 ano ou uma vida. Descobri, que não importa quanto tempo ficamos com uma pessoa, mas como aproveitamos tudo isso.Fiquei feliz porque as coisas aconteceram. Fiquei feliz por saber que a minha sensibilidade ainda existe - Nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além -, fiquei feliz por saber que existiu alguém que se importou comigo, que de alguma forma, me entendeu e que fui capaz de retribuir isso, pela primeira vez na vida. Alguém com quem aprendi que podemos deixar algumas coisas acontecerem, sem tantos medos ou bloqueios.

Nesse pouco tempo, fui feliz e sabia disso. Me senti bem, como nunca tinha acontecido e, isso, por si só, já faz toda a diferença.

Amor??? Alguns chamam isso de amor. Confesso que não sei como denominar. Afinal, também descobri que nunca amei ninguém (que não fizesse parte da minha família...hahah). Prefiro não rotular. Apenas sinto e fico feliz que tenha existido. Mesmo que agora, eu não tenha mais com quem dividir; que alguns planos já não façam sentido; mesmo que agora, eu tenha que visitar o Louvre sozinha (como eu pretendia fazer). Não importa. Sinto-me feliz porque simplesmente aconteceu. E isto é tudo.

Quase Nada (Zeca Baleiro)

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada