Monday, April 28, 2008

Depois da infame piada "Mais um brasileiro em Lost"... descobri que o padre Aldeir está em vários outros lugares...hihihi

E.T. Titanic

Rocky

O Senhor dos Anéis


Jurassic Park

Tuesday, April 22, 2008

Caso Isabella

Mais de 20 dias após o assassinato da garotinha Isabella, estamos todos cansados de tanta ladainha. A polícia está investigando, os laudos são claros, a mãe da garotinha não tem sossego e o povo brasileiro deixou de viver, para prestar solidariedade à garotinha.

Desculpe a frieza, mas ao menos duas crianças são assassinadas por dia. No nordeste, crianças de 5 anos se prostituem e ninguém presta solidariedade. Agora, uma menina de classe média é morta em SP e o país pára por causa disso. Ser solidário é uma coisa, parar a sua vida por causa de uma menina que nem conhece é outra bem diferente....

Ah! E antes que eu me esqueça, algo lógico: antes de jogar uma criança pela janela, verifique se ela realmente está morta...Afff...

Tuesday, April 15, 2008



...A culpa é de quem...???

Não queria escrever sobre isso, mas diante dos fatos, simplesmente não pude deixar passar em branco.

Primeiramente, e só pra constar, estou escrevendo este post ao som de Velvet Revolver (Psycho Killer), que não tem nada a ver com o assunto, mas me deixa profundamente feliz...rsrsr

Ah! Claro, ia esquecendo, o assunto tão importante e tão revoltante ao mesmo tempo é a história da dengue.

Estamos todos saturados de ouvir como devemos nos proteger, como o mosquito ataca, como o RJ está o caos por causa da doença e por causa da falta de médicos para atender a demanda. Ontem, li no jornal, já foram notificados cerca de 75.400 casos da doença, só no RJ.

Há duas semanas, houve uma reunião entre os secretários de saúde do Brasil, para a solicitação trabalho voluntário (médico) no RJ. Nosso hospital, atendendo ao pedido da secretaria de SP, juntou um grupo de 32 pediatras que viajariam as pressas e ficariam durante 1 semana no RJ.

Estava tudo acertado, se não fosse o pequeno detalhe: a secretaria do RJ não aceitou os reforços porque a equipe ficaria apenas uma semana (pouco tempo e muito gasto para o Estado).

Um grupo de 40 profissionais do Hospital Albert Einstein (SP) e um grupo do RS embarcaram para lá.

Para a surpresa de todos (ou simples constatação), a infra-estrutura prometida não estava montada. As tais tendas de hidratação não estavam prontas e as pessoas contaminadas continuaram sem atendimento.

Agora, uma semana depois do acontecido, os médicos voluntários continuam sem infra-estrutura. As tendas não atendem a quantidade de pessoas que deveriam; os postos de saúde e pronto-socorros continuam cheios de gente e a doença, cada vez mais, se propaga.

Também li nos jornais e aí, não sei até que ponto isso é um boato, que o RJ queria trazer médicos de Cuba para ajudar o Estado.

Ficam as perguntas:

- Pq o RJ não tentou prevenir o caos?
- Pq as tendas não estão sendo utilizadas, uma vez que os médicos voluntários ainda estão no Estado?
- Trazer médicos de Cuba sai mais barato que recrutar médicos do próprio país?
- Até quando as pessoas continuarão morrendo por causa de um mosquito?



- Se estão em estado de calamidade, pq não aceitam os reforços oferecidos pelos outros Estados?

Caro leitor, tenho algumas outras informações que poderiam influenciar e muito as suas respostas, mas o que quero é que você pense por si mesmo e tire as próprias conclusões.


"...Psycho killer, qu'est-ce que c'est
Fa Fa Fa Fa Fa Fa Fa Fa Fa Fa Better
Run Run Run Run Run Run awaaaaaaaaay
Psycho killer, qu'est-ce que c'est..."

Wednesday, April 09, 2008


O texto é antigo, não fui eu quem escreveu e é ótimo! Vale a pena!!!

Bar ruim é lindo, bicho
De Antonio Prata


Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem). No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história.


Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins, que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.

Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.

Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo.

Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?).

- Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?