Wednesday, December 26, 2007


Cá estou eu, tomando um delicioso mocaccino e escrevendo calmamente as minhas reflexões ("Sentado em minha cama, tomando o meu café pra fumar...estou sentado em minha cama, tomando o meu café pra fumar...trancado dentro de mim mesmo, eu sou, um canceriano sem lar...". OK. Não sou canceriana, mas a música valeu mesmo assim...hahaah).

Nessa última semana, ando meio mal-humorada, mas não menos esperançosa que antes. Passei um natal tranqüilo, com direito a rabanadas e pudim (minha mãe NUNCA faz pudins...hahah). Não bebi absolutamente nada alcóolico (ok...devo estar com depressão profunda). Agora, o ano está literalmente terminando e eu aqui, pensando um pouco sobre tudo o que ocorreu e está ocorrendo.

Não tenho dúvidas, tive um ano realmente legal. Mudei de emprego, estou num lugar que gosto, aprendendo bastante. Conheci diversas pessoas, que de uma maneira ou outra me ajudaram durante a minha caminhada. Algumas deram apenas uma "passadinha" pela minha vida, enquanto outras, insistiram em ficar e fazerem planos (mesmo quando o destino disse "Não"). Mudei de casa. Tudo está mudando bastante e estou adorando tudo isso, mesmo quando as mudanças não se apresentam da maneira que eu gostaria.

Planos para o futuro?? Vários. Estudar um monte, trabalhar mais ainda. Sinto necessidade de "construir coisas", para mim mesma. Antes eu tinha vontade de fazer isso. Agora, sinto NECESSIDADE. Logo, necessidade é uma vontade potencializada, é o que nos empurra para a ação efetiva. Além de tudo isso, não posso esquecer que ainda quero aprender a fazer uma flor-de-lótus de origami e que não abandonei os planos alheios de passar uma tarde em casa, de pijamas (já escolhi o pijama!!!), assistindo filminho, comendo cookies (feitos por nós mesmos) e tomando chazinho em canecas coloridas (uuuhu...também já temos as canecas)...

Piadinhas à parte. Às vésperas do ano novo (e meu aniversário), eu não poderia ter outro tipo de pensamento senão ESPERANÇA. Esse desejo resume praticamente tudo o que sinto. Quero crescer onde estou e ganhar novos ares. Aprender novas coisas e aumentar ainda mais minha visão de mundo. Quero que as pessoas que fazem parte da minha vida, estejam sempre bem, independente do tipo de ligação que mantivermos. Que pessoas que estiverem infelizes ao meu lado, procurem novos rumos e novas pessoas para colorirem os seus dias; que aqueles que me odeiam, encontrem algo que os façam felizes; que todos os meus planos se concretizem, mas, se isso não acontecer, que eles possam dar lugar para novos sonhos e planos...

Este ano, fiquei em um casulo, me preparando para colocar em prática tudo o que planejei. Em 2008, pretendo virar borboleta e bater asas por aí...

Que tenhamos um 2008 repleto de luz e acontecimentos maravilhosos!!!!!

Thursday, December 13, 2007


O coelhinho da páscoa não precisa me trazer mais nada neste natal. Me contento com o bom e velho Noel...hahahahaha

Feliz Natal pra todos!!!!!

Já que este é o ano dos presentes impossíveis...não custa sonhar com a bibinha acima!!!
Bem que o coelhinho da páscoa poderia me trazer um igual a esse no natal...
Ville Valo - HIM - (Sonho de Consumo...uhuhuhuuhuhuhuhuhuh
).

The Funeral of Hearts

Love's the funeral of hearts
And an ode for cruelty
When angels cry blood
On flowers of evil in bloom

The funeral of hearts
And a plea for mercy
When love is a gun
Separating me from you

She was the sun
Shining upon
The tomb of your hopes and dreams so frail
He was the moonPainting you
With it's glow so vulnerable and pale

Love's the funeral of hearts
And an ode for cruelty
When angels cry blood
On flowers of evil in bloom
The funeral of hearts
And a plea for mercy
When love is a gun
Separating me from you

She was the wind, carrying in
All the troubles and fears you’ve for years tried to forget
He was the fire, restless and wild
And you were like a moth to that flame

The heretic seal beyond divine
A prayer to a god who's deaf and blind
The last rites for souls on fire
Three little words and a question why

Love's the funeral of hearts
And an ode for cruelty
When angels cry blood
On flowers of evil in bloom

The funeral of hearts
And a plea for mercy
When love is a gun
Separating me from you

Monday, December 10, 2007

Geralmente, não publico textos prontos no blog, mas...não resisti...este faz muito sentido...rsrsr

"Quem não dá assistência, abre concorrência " (Arnaldo Jabor)

Você homem da atualidade, vem se surpreendendo diuturnamente com o "nível" intelectual, cultural e, principalmente, "liberal" de sua mulher, namorada e etc.

Às vezes sequer sabe como agir, e lá no fundinho tem aquele medo de ser traído - ou nos termos usuais: "corneado". Saiba de uma coisa... esse risco é iminente, a probabilidade disso acontecer é muito grande, e só cabe a você, e a ninguém mais evitar que isso aconteça ou, então, assumir seu "chifre" em alto e bom som.

Você deve estar perguntando porque eu gastaria meu precioso tempo falando sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me chamando a atenção já há tempos.

Mas o que seria uma "mulher moderna"?

A princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante...


É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços...

É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...
Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer...

Assim, após um processo "investigatório" junto a essas "mulheres modernas" pude constatar o pior:

VOCÊ SERÁ (OU É???) "corno", a menos que:

- Nunca deixe uma "mulher moderna" insegura. Antigamente elas choravam. Hoje, elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.

- Não ache que ela tem poderes "adivinhatórios". Ela tem de saber - da sua boca - o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.

- Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol...) mais do que duas vezes por semana, três vezes então é assinar atestado de "chifrudo". As "mulheres modernas" dificilmente andam implicando com isso, entretanto elas são categoricamente "cheias de amor pra dar" e precisam da "presença masculina". Se não for a sua meu amigo... bem...

- Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele ex bom de cama é grandessíssimo.

- Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As "mulheres modernas" têm um pique absurdo com relação ao sexo e, principalmente dos 20 aos 38 anos, elas pensam em - e querem - fazer sexo todos os dias (pasmem, mas é a pura verdade)...bom, nem precisa dizer que se não for com você...

- Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é????

- Nem pense em provocar "ciuminhos" vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.

- Em hipótese alguma deixe-a desconfiar do fato de você estar saindo com outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo ao um "chifre" tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS "comedor" do que você...só que o prato principal, bem...dessa vez é a SUA mulher.

Sabe aquele bonitão que, você sabe, sairia com a sua mulher a qualquer hora. Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece...Quando você reparar... já foi.

- Tente estar menos "cansado". A "mulher moderna" também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de antigamente - "dar uma", para depois, virar pro lado e simplesmente dormir.

- Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam se cruzando em "baladas", "se pegando" em lugares inusitados, trocavam e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A "mulher moderna" não pode sentir falta dessas coisas...senão...

Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão "quem não dá assistência, abre concorrência".

Deste modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas "mancadas"... proteja-a, ame-a, e, principalmente, faça-a saber disso.

Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele "bonitão" que vive enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!

Friday, December 07, 2007


"Nó de 4 pernas"


No final de semana passado, fui para Porto Feliz (cidadezinha muuito quente, que parece mais a entrada para o inferno), assistir a peça "Nós de 4 pernas". A peça é dirigida por João Luiz de Oliveira, com roteiro de Nazareno tourinho e encenada pelo Grupo Hotel 5 estrelas.


A obra é uma comédia dividida em dois atos com uma trama muito bem amarrada, na qual, por meio de uma história de duplo adultério, consegue mostrar conflitos e realizar críticas sutis sobre o poder da igreja e riqueza, preconceitos burgueses, relações interpessoais e o impacto de tudo isso numa cidadezinha do interior.


Valeu mto a pena.

Wednesday, November 28, 2007

...Welcome to the show...

Post um pouco atrasado, porém não menos importante (como se eu realmente postasse algo importante aqui, enfim...)

Na última quinta-feira (22/11/2007) fui ao show da banda “Cirkus Experience”, para a gravação do programa Kiss Club (Rádio Kiss), realizado no bar “O Garimpo” em Embu das Artes.

À primeira vista, não pus muita fé no trabalho deles, afinal tocar clássicos do rock, não é o que podemos chamar de tarefa fácil, diante de tantas porcarias que ouvimos por aí. Mas não é que os moçoilos me surpreenderam??

Com um repertório que trafega facilmente pelos diversos tipos de rock, que varia de Chuck Berry a White Stripes, a banda conseguiu sair do habitual e mostrar muito mais que simples covers de grandes nomes, guitarras bem tocadas e estereótipo “ roqueiro saído das trevas”. Não. Eles vão além disso.
O show, além possuir qualidade musical é ainda performático, com influências cênicas e figurinos não relacionados ao mundo musical mas que, em algum aspecto refletem a fisionomia ou a personalidade de seus intérpretes, onde o que vemos não é apenas uma banda de rock “fazendo um som”, mas um grupo de músicos bem entrosados (há controvérsias), envolvidos com o que fazem e que conseguem a proeza de poucos: criar uma aura toda especial e envolver (de fato) o seu público, sem cair no ridículo.

(Nota: Também, com uma velha “cult”, cantando de pantufas e tendo uns tiques nervosos, um anjo, um cowboy e o Pequeno Alex – Alguém assistiu Laranja Mecânica??? Fica difícil não envolver o público...hahaha)

Composta por André Kuhnen (Pequeno Alex) na Bateria, Tiago “Djape” Palone (Anjo) no Baixo, Christian Hilton (Cowboy) na Guitarra, Guga Costa (Velha) no Vocal, a Cirkus pouco a pouco está conquistando o seu espaço, inclusive, em outros estados (esqueci de dizer, a banda tem origens em Campinas – Interior de SP).

Rotular a banda seria no mínimo cruel da minha parte, já que esse tipo de atitude restringe demais o campo de atuação de quem quer que seja. Portanto, quando puderem, assistam ao show e vejam se tenho ou não razão! A “experience”, se não for única, será, no mínimo, bem diferente e divertida.

Confiram o site: www.cirkus.com.br

PS: Meninas!!! Foi muito ótimo ver vocês novamente! Vamos tentar fazer isso mais vezes, pra não passarmos mais alguns séculos sem nos ver!!! Ahehuias!



Sunday, November 18, 2007

Já disse algum sábio por aí: “Futebol, Religião e Política não se discutem” e eu concordo plenamente com isso; porém, existem coisas que não tem jeito, não passam despercebidas.

Um dia desses, uma amiga que não vejo há tempos, me mandou por e-mail uma daquelas apresentações em power point, intitulada: 3ª Profecia de Fátima – Segredo de Fátima. Confesso que não gosto dessas mensagens repassadas, mas, geralmente, acabo lendo todas que recebo.

Abri e fui lendo a mensagem, até descobrir que aquilo era um atentado contra o bom senso e a fé das pessoas. Não me importa se as pessoas acreditam em algo ou não e, pra dizer a verdade, isso nem vem ao caso, mas achei absurdo o que li e me revoltei.

A mensagem começa contando um pouco sobre as aparições de Nossa Senhora de Fátima para as três crianças em 1917 e algumas de suas predições. Reza a lenda que as previsões chegaram nas mãos da Igreja Católica, que divulgou apenas uma parte dos “Segredos de Fátima”, onde se fala um pouco sobre o papado e conflitos entre os homens, porém, o conteúdo estava incompleto, pois faltava a terceira revelação.

Feito isso, colocaram uma observação no texto (apresentação ppt) dizendo: “Agora outra parte é revelada, NÃO PARA CAUSAR PÂNICO, MAS PORQUE AS PESSOAS DEVEM CONHECER ISTO PARA QUE SE PREPAREM” e daí em diante, o autor discorre sobre como Deus irá castigar aqueles que não o seguirem ou não forem católicos; como irão morrer aqueles que não fizerem dele o seu SENHOR e bla, bla. Segue trecho “...Nosso Senhor castigará duramente a quem não creia nele, aos que o rejeitam, e aqueles que não tiveram tempo para Ele. Eu chamo a todos que venham para meu Filho Jesus Cristo; Deus é ajuda para o mundo, mas todo aquele que não der testemunho de fidelidade e lealdade, este será destruído de forma terrível".

Fiquei imaginando o que sentiria uma pessoa religiosa diante de tanta barbaridade. Sairia ela correndo para tentar salvar a sua alma? Tentaria ela, seguir a risca os 10 mandamentos? Deixaria ela de viver como bem entende, apenas para não constar no “caderninho negro” de Deus?
Achei a mensagem inteira, uma palhaçada sem tamanho! Acho que embaladas por tanta fé e desejo de salvação, as pessoas dão vazão aos seus desejos e medos mais íntimos e esquecem a vida é muito mais que chance de salvação divina.

Acho engraçado. Com medo de Deus (e em nome dele), as pessoas criam preconceitos, começam guerras, se guardam (não sei do quê) e tentam não cometerem pecados (porque tudo é pecado), se prendem a uma série de leis (que às vezes nem fazem sentido) e pra quê? Para se denominarem melhores que nós, pobres mortais. Em outras palavras, fazem isso por puro ego. Porque, na cabeça delas, isso as faz melhor aos olhos de “Deus”.

No entanto, em seu íntimo, muitas têm vontade de fazer diversas outras coisas, mas se mantêm nessa “dieta de prazeres”. Preferem se tornar cordeiros de Deus, do que pensar no assunto. Se esquecem que Igreja é política e os responsáveis por ela são pessoas e não um Deus! Pessoas assim, preferem ser limitadas; talvez por medo do quê possam fazer, talvez, por acomodação (afinal, é mais fácil esperar Deus fazer por nós). E dentro disso, cria-se um círculo vicioso, onde pessoas restritas, escrevem mensagens como a que recebi e outras recebem, aderem à idéia e repassam!

Na minha humilde opinião, o problema não é um Deus ou a religião que cada um segue, mas as pessoas que dela fazem parte. Elas se esquecem que são humanas e querem viver como seres espirituais (obviamente devido a algum tipo de interesse). Tentam não cometerem pecados dentro de suas igrejas, mas suas cabeças ficam infestadas de fantasmas e monstros que vão crescendo a cada momento. Elas se acham no direito de condenar o próximo, mas não olham para si mesmas...
E então? Diante dessa perspectiva, quem será salvo e quem será condenado aos olhos de Deus?
Porque ao invés disso, não nos preocupamos em sei lá, preservar o planeta, educar crianças e/ou fazer algo realmente produtivo.

Afinal, que tipo de pensamento/mensagem é esse? Ou melhor, que tipo de Deus é esse que deixa seu filho morrer para salvar a humanidade e agora, volta pra se vingar de todos nós. Isso soa no mínimo absurdo. Que tipo de Deus é esse que é misericordioso, mas ameaça o tempo todo os seus “filhos”?

Confesso que me recuso a viver temente a um Deus tão contraditório e fascista como este. E, principalmente, me recuso a seguir regras e “abaixar a cabeça” para aqueles que se dizem seus representantes na Terra, sem, no mínimo, questionar. Tendo em mente que, independente de crenças ou religiões, somos todos humanos e que, instituições e suas leis, são coordenadas por pessoas como nós.


Fátima – Capital Inicial

Três crianças, sem dinheiro e sem moral,
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo o mundo
Ela talvez tivesse nome, era Fátima!
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou,
E no terceiro dia
Ninguém ressuscitou ...

Monday, November 05, 2007


Cada povo tem o país que merece!!!
Hoje, resolvi escrever para mostrar a minha indignação diante da decisão da FIFA sobre o Brasil sediar a copa de 2014.

Primeiro, quero deixar claro que, apesar de não assistir aos jogos, não tenho nada contra o futebol. Apenas não curto. Questão de opção.
Também, não teria nada contra o Brasil sediar a copa, se em nosso país, tudo estivesse indo de vento em popa.
Como brasileiros, patriotas (acredito que esse patriotismo aconteça somente quando envolve futebol) e viciados em futebol, acredito realmente que seja uma honra, uma Copa do mundo acontecer em nosso país, porém não concordo com algumas coisas.

Segundo alguns jornais, durante a apresentação da proposta, foram mostradas as mudanças, reformas e construções que o país realizará para uma “razoável” recepção, mas alguém já colocou na ponta do lápis, quanto o país gastará com isso?
Por enquanto, segundo notícia publicada hoje, a FIFA irá exigir que a CBF apresente um relatório sobre qual será o impacto econômico da Copa de 2014 no Brasil, já que ainda não há nenhum orçamento pra isso. Pelos cálculos iniciais, estima-se que cerca de US$ 400 milhões serão destinados ao Comitê de Organização e cerca de US$ 1,2 bilhão para os estádios (dados retirados do A Tarde online de 31/10/2007). Agora pergunto: de onde sairá esse dinheiro???

Ricardo Teixeira, presidente da CBF, garante que o governo e os municípios não terão participação nenhuma nos gastos com estádios “Conseguir Empresas interessadas não será complicado. Uma competição desse porte já é suficiente para atrair dinheiro privado” diz. (
http://escretenet.vilabol.uol.com.br/sedes.html acessado em 01/11/2007)

Devemos acreditar nisso?? Hunf... no país do futebol, eu seria queimada na fogueira, em criticar esse tipo de coisa! Independente de onde venha o dinheiro, o importante é que a copa será aqui, no país do futebol, carnaval, mulheres e pizzas! Afinal, tantas coisas aqui, terminam em pizza...

Em um noticiário exibido em 02/11/2007, pelo SBT, foi dito que os gastos serão divididos entre o governo e empresas privadas. Ou seja, e lá se vai o nosso dinheiro!! Claro, sei que há retorno, o país investirá, mas atrairá capital “externo” para o país, mas, será que veremos de fato todo esse resultado?

Agora, alguém já parou pra pensar que 2014 será ano eleitoral? Ou seja, vamos às urnas para escolher o novo presidente?? Alguém já reparou que algumas propagandas políticas já incluíram o assunto (Copa 2014) em suas pautas? E que, mais uma vez, será dado ao povo a famosa (senão lendária) técnica do Pão e Circo?

(Porque se um país possui futebol, cerveja e mulheres, quem precisa de governo, não é mesmo?)

Deixa o povo se divertir, gastar todo o seu salário com esse evento de "importância mundial"; deixe as pessoas esquecerem que precisam eleger seus governantes de forma consciente (frase clichê), pois, eles continuarão roubando e roubando e roubando...desta vez, com a desculpa do "honrado" futebol brasileiro ( enquanto as pessoas continuam reclamando de braços cruzados).

Não critico o esporte por si só, mas existem muitas coisas além dele, que as pessoas parecem não enxergar. Infelizmente, no Brasil, as pessoas (maioria delas, pelo menos), ficam entorpecidas ao escutarem que o futebol do país é o melhor do mundo e, conduzidas por suas paixões, acabam esquecendo que várias vezes, a nossa seleção adotou uma posição muito pretensiosa ao acreditar nessa imagem de “melhor do mundo” ...

Bom, nos resta esperar. Enquanto isso, vamos ver os preços subirem consideravelmente e o povo sorrir da desgraça dele próprio, que no final das contas, terá grandes jogos para assistir em 2014 e todo o seu salário pra gastar com isso.

Acho que como pessoas de fé que somos, resta-nos rezar bastante, independente da religião. Vamos reunir todos os santos e pedir que as coisas melhorem na época da Copa ( e antes dela, já que aqui, quando há interesse, as coisas começam cedo) porque se depender do povo, continuaremos na mesma: sorrindo entorpecidos, de braços cruzados, enquanto o país desaba cada vez mais.

Pois é...cada um tem o país que merece!

Monday, October 29, 2007

Estou tentando me convencer disso...Preciso acreditar que é possível...

"...o único afrodisíaco verdadeiramente infalível é o amor. Nada consegue deter a paixão acesa de duas pessoas apaixonadas. Neste caso não importam os achaques da existência, o furor dos anos, o envelhecimento físico ou a mesquinhez das oportunidades; os amantes dão um jeito de se amarem porque, por definição, esse é o seu destino." (Isabel Allende)

Saturday, October 27, 2007

"O dia mente a cor da noite...E o diamante a cor dos olhos...Os olhos mentem dia e noite a dor da gente" (O Teatro Mágico)

Estou com TPM e bateu saudadinha do outro alguém...coloquei as mensagens que ele escreveu pra mim...rsrsr (Quero tentar não bloquear o que sinto...mas está doendo...a bolinha de ar não se desfez completamente...afff)

Cada vez que miro seus olhos, sinto uma enorme paixão.
Lutar contra isso? Preocupar em não dizer?
Não, claro que não!
Tudo me parece mais belo na vida, se posso externar-te meus sentimentos.
Se alguém me julgar, que seja pelo que eu disse e não, pelo meu silêncio.
Há distância entre nós, eu sei.
Mas sou intransigente.
O dia de amanhã não sabemos,
Façamos acontecer agora, enquanto podemos ter a felicidade.

***

Amar é se sentir parte de outra pessoa;
É parecer estar em outro mundo;
É ignorar os erros que vêm e vão;
É perdoar, sempre e antecipadamente;
É tropeçar em sua própria sombra;
É ser, e não apenas parecer, um bobo, em cada encontro;
É arrepiar-se e tremer a cada beijo;
e durante e após, sentir as pernas fraquejar;
É fazer poemas de repente (coisa que nunca fez);
É escrevê-los em paredes e guardanapos;
É parecer a criança que nunca foi;
É ser, de fato e ao fim, o mais infantil dos adultos;
É não ter medo de nada...............

****
Quando penso em você me sinto flutuar,
Me sinto alcançar as nuvens, tocar as estrelas, morar no céu...
Tento apenas superar,
a imensa saudade que arrasa o meu coração,
Mas que vem junto com as doces lembranças do teu ser.
É através desse tal sentimento, a saudade, que sobrevivo quando estou longe de você.
Ela é o alimento do amor que encontra-se distante...
A delicadeza de tuas palavras
Contrasta com a imensidão do teu sentimento.
A saudade serve para me dar a absoluta certeza de que
ficaremos para sempre unidos...

****
Quando estou calado estou pensando em ti,
Estou pensando em ti quando fico parado,
Estou me lembrando de ti quando fico mais na cama,
e só sonhar contigo...
Porque quando a gente se ama,
não consegue se esquecer...
De repente eu me pergunto se tu foste ilusão,
foi apenas um encontro e eu te dei meu coração...
O que foi que aconteceu para eu te amar assim???
Seja lá o que for, ficou dentro de mim.
Descobri que a vida só tem graça contigo, quando as coisas tem que ser não tem explicação...
O amor é invenção do coração!!!

Tuesday, October 23, 2007

Ney Matogrosso - "Inclassificáveis"

Olha o showzinho que eu fui no domingo....
Achei que foi um pouco "profissional demais", mas não deixa de ser um belo espetáculo...
Fora que a performance e a voz desse cara...Nossa! Sem comentários!

Monday, October 15, 2007


"Os opostos se distraem...Os dispostos se atraem"

Olha o show que assisti hoje....
Sem palavras. Vou colocar a letra de uma música; acho que tem tudo a ver com o momento...

O Anjo mais velho (O Teatro Mágico)

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você

Só enquanto eu respirar...


***
"...Pra dilatarmos a alma
Temos que nos desfazer
Pra nos tornarmos imortais
A gente tem que aprender a morrer
Com aquilo que fomos
E aquilo que somos nós..."

***
"...Traga toda a tua lenda
Traga tudo que for
Que eu trago a poesia
Pra cantar o nosso amor..."

***
" Acredito que errado é aquele que fala certo e não vive o que diz"

Tuesday, October 09, 2007

"Dois amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem tantas vezes enquanto vivem, são eternos como é a natureza" (Pablo Neruda)

"Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente......
Sempre......
A se olharem...
Pensar talvez:“Paralelos que se encontram no infinito...”
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas".
Dispensa comentários....

Sunday, October 07, 2007


"...É mais fácil para a imaginação compor um inferno com a dor, que um paraíso com o prazer..." (Antoine Rivarol)

Pela primeira vez, não agüentei esperar o começo da semana para escrever.

Como sabíamos, o tão temido "dia da despedida" chegou e com ele aquela sensaçãozinha de perda...

Juro que não queria que fosse assim. Apesar de eu e o outro alguém termos nos visto com freqüencia na última semana, as coisas aconteceram tão sob pressão, tão na correria, que não conseguimos aproveitar (de fato) quase nada.

Queria ter podido aproveitar mais o tempo, sem tantas preocupações ou questionamentos. Queria ter conseguido atingir meus 100% e não consegui...(se cheguei aos 20%, foi muito, coisa que me frustrou...)

Às vezes, falo como se tudo tivesse acabado ou que não fôssemos mais nos ver. Sim! Continuamos juntos...fizemos planos, fomos felizes nesse tempo tão curto (e talvez, tenhamos nos entregado tanto à tudo, porque nosso tempo era realmente curto)...

Sei que a cada dia que a data se aproximava, uma bolinha de ar crescia na garganta, sufocava...até que um dia, estourou...na hora errada, infelizmente.

Queria ter tido tempo para curtir mais, rir mais, fazer cócegas e piadas infames. Queria ter tido mais tempo para acreditar que tudo pode ser diferente de fato, apesar da distância...Que tudo o que descobrimos e sentimos juntos, não foi apenas ilusão e que podemos superar essas dificuldades todas.

Queria que a bolinha não tivesse estourado naquele momento, pois assim, teríamos aproveitado muito mais...queria ter tido a noite especial que tanto desejávamos...

Não houve nada disso. Nos despedimos sim. Foi péssimo, ver o outro alguém tão infeliz, com aquela expressão de "NADA" no rosto, olhar vazio, como se estivesse indiferente a tudo isso, embora, tenho certeza, não estava.

Sei que o tempo cura tudo. Já me curei tantas vezes. Mas não é por isso que dói menos, infelizmente.

Pode soar meio meloso isso, não importa...mas é como se pela primeira vez, eu tivesse encontrado o pedacinho que me faltava (embora nem tivesse consciência disso) e agora, ele fosse tirado do lugar novamente. Está faltando algo...não sei explicar...


Titãs - Epitáfio

"Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier..."

Thursday, October 04, 2007


"...Se tu choras por ter perdido o sol, as lágrimas o impedirão de ver as estrelas..."

Hoje, infelizmente, bateu deprezinha...Tentei segurar o máximo que pude e, confesso, não estou completamente triste...mas hoje, acordei assim, meio chateadinha, com vontade de chorar.

Talvez, seja um pouco por causa da cólica terrível que estou sentindo...mentira! Estou chateada porque finalmente está caindo a ficha.
Domingo, estarei novamente só.

Talvez, não na teoria, mas a prática é essa...aquela bolinha de ar que eu sentia no peito no início da semana, agora, parece infinitamente grande e não pára de crescer.

Sei que tudo acontece por um devido motivo; sei que posso suportar isso (já superei tantas situações piores), mas as coisas poderiam ser um pouco mais fáceis, não é mesmo???

Não sei, dizem que as coisas acontecem quando têm que acontecer. Acredito nisso, mas nem sempre concordo. Sei que essa bola de ar, está me sufocando, apenas isso.

Chegou a hora de voltar para o mundo real.

Tuesday, October 02, 2007

"...Disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas..."
Simbolicamente, esta é a primeira das muitas que ainda virão.Ontem, começamos nossa coleção de canecas coloridas!!!Haja chá de flores para nos fazer esquecer a distância e superar o tempo que há de passar....Talvez demore um pouco, mas suportaremos as larvas para que as borboletas venham...

Monday, October 01, 2007




Olha quem eu vi semana passada...
Além do cara mandar muito bem no palco (e olha que nem teve aquela parafernalha toda do show de 97), ele é uma graça...(ai, ai...adorei)

Monday, September 24, 2007


Essa semana, apesar de estar cansadinha, prometi pra mim mesma que não
escreverei outro post deprimente. Não. Não estou menos triste por tudo o que
está ocorrendo. Também não sei se estou otimista ou não com relação à isso.

Estou, aos pouquinhos, aceitando o fato da viagem. Não que eu não aceitasse
antes, mas agora, a ficha está caindo.

Não sei se devido à isso, estou mudando o meu jeito de ser e/ou agir. Talvez
eu não tenha percebido algumas alterações no meu humor.
Nos últimos dias, deixei que probleminhas do dia-a-dia interferissem no meu
relacionamento. Acabei maltratando o "outro alguém".Eu não queria, mas
acabou acontecendo. Sei que ele ficou chateado, obviamente, sem entender
muita coisa.

Não sei se é a tensão da contagem regressiva ou influência de terceiros, mas
sinto algo estranho no ar. Sinto que o outro alguém está um pouquinho
distante, e talvez, eu até saiba os motivos, mas não consigo entender.

A questão é que não queria ter essa sensação nessa altura do campeonato. Não
mesmo. Isso me deixa um pouco insegura, e pra quem se sente assim, meio
motivo basta.

Tento compreender a situação e penso que talvez, o outro alguém também
esteja um pouco angustiado por isso. Porém eu, nesse meu egoísmo todo, acabo
me perdendo em devaneios e não percebendo o quanto ele se esforça para me
fazer enxergar certas coisas.

Por outro lado, quando bate aquela insegurança que citei acima, penso que
talvez as coisas estejam realmente terminando...afinal, a distância será
grande. Será que agüentaremos tudo isso? Conseguiremos nós, manter vivo o
que sentimos e as promessas feitas??
Estaremos nós, sozinhos novamente?

Queria não questionar tanto as coisas. Gostaria de apenas acreditar que tudo
ficará bem, independente do que aconteça...Ficaremos bem???
Queiram os deuses que sim...afinal, por quê temos sempre que ser
pessimistas, né? Pra quê achar que as coisas nunca funcionarão???

Apesar do teor melancólico do post (não consegui fugir disso), quero deixar
escrito aqui que de alguma maneira, eu acredito (ou pelo menos, estou
TENTANDO MUITO) que as coisas podem acabar bem no final...basta que não
deixemos a chama morrer, basta que acreditemos em nós mesmos...basta acreditarmos que nossos sonhos são possíveis...

Afinal, quem disse que eles não são???

Wednesday, September 19, 2007




Essa semana, começou tudo meio estranho...aparentemente, estou com TPM fora
de hora. Sinto que estou um pouco indiferente àlgumas coisas, porém, por
outro lado, sinto-me um pouco triste, sei lá porquê.

No último final de semana, fiz uma descoberta um tanto estranha: não quero
que o "outro alguém" vá embora. Na verdade, não estou falando de viajar, mas
sair da minha vida.

Não, ele não me disse nada. Tampouco, cogitou essa hipótese. Penso nisso
todas as vezes que estou um pouco triste. Mas depois passa.

Nós, seres humanos, nunca estamos satisfeitos. Estamos sempre buscando o
grande amor que nunca vem, trabalhando para garantir um futuro, que nem
sabemos qual é; buscando previsões para descobrir qual será o resultado
desse futuro que tanto idealizamos.

Às vezes, tento entender tudo isso. Acho que essa mania de querer
decodificar o mundo, ao invés de sentí-lo é o que me prejudica. Fico
querendo saber o que acontecerá lá na frente, daqui um, dois, quatro anos
(ou o que teria acontecido no passado se...e se?? Mas se...) e
as respostas não vêm. Na verdade, vem apenas a sensação de que tudo ficará
bem, simplesmente porque estamos no caminho certo, porém, minha
porção "racional" tem um pouco de medo de acreditar nisso, afinal, algumas
coisas realmente não se explicam.

Quero viver tudo isso, mas nosso tempo é tão curto! E nessa ânsia de querer
enganar o tempo, estou perdendo ótimos momentos, que deveriam ser
aproveitados ao lado de alguém que me faz realmente feliz.
Sim! Descobri isso...estou realmente feliz nos últimos meses. Acho que
preciso apenas aprender a aceitar tudo o que está acontecendo, acreditar
nisso e parar de conter tanto os meus impulsos... parar de
ser tão pessimista e viver mais. Hakuna Matata!

Muitas vezes me pego querendo fazer coisas, querendo propor coisas legais e acabo me podando em seguida, pensando que talvez isso ou aquilo não seja legal, sem ao menos tentar.

Na noite passada, o "outro alguém" me disse que nunca estou 100% com ele,
mas apenas 40%...que ele me perde para as minhas idéias e meus devaneios. O que quer dizer isso???
Que provavelmente, eu não consiga transmitir o que sinto ou penso pra ele...

O que há de mal nisso tudo???? É que se continuarmos assim, acabaremos como
duas samambaias do jardim da vovó...lado a lado, porém mudos, distantes,
frios...

Definitivamente, não é isso o que eu quero...

Espero que o fogo que nos uniu, não se apague tão cedo...
Pelo menos, não custa sonhar!!!


"Se eu digo venha...
Você traz a lenha...
Pro meu fogo acender..."
(Zeca Baleiro - Lenha)

Friday, September 14, 2007



Pois é...cá estou eu com minhas eternas (e inúteis) reflexões. Outro dia, escrevi um post completamente deprimente sobre encontrar e perder as pessoas que gostamos. Hoje, já estou mais otimista com relação a isso.

Não, a situação não mudou. Mas de alguma forma, o meu modo de ver e viver tudo isso, com certeza.

E a história se repete: o ser humano, por si só, busca sua companhia ideal. A isso, damos o nome de amor, alma gêmea ou qualquer coisa do gênero. Eu não sou diferente, embora ache que talvez eu procure com menor intensidade. A questão é que, querendo ou não, acabei encontrando alguém. Que me encontrou também. Porém, esse alguém tem que ir pra longe...outro continente pra ser mais exata.

Apesar da apreensão, pensei bastante e cheguei à conclusão de que talvez tudo isso possa dar certo no futuro. Como? Não tenho idéia! Mas não importa. Às vezes precisamos de alguém que nos faça acreditar nas coisas e o "outro alguém", me incentiva a isso todos os dias.

Com certa frequência, bate aquela insegurançazinha e fico pensando "será que isso é possível mesmo??". Acabo me perdendo em devaneios...

Não sei, certa vez, uma entidade (espírito) que conheci, disse que a minha "alma-gêmea" só entrará na minha vida quando eu completar 28 anos. Será??

Já o meu tarot, diz que eu irei conhecer alguém que quer cuidar de mim, que me dará segurança e me fará esquecer o "amor perdido". Será??

Algumas vezes, me peguei questionando isso; tentando encaixar meu destino ou os acontecimentos dentro desse futuro reservado pra mim. Será??

Nos últimos dias, não sei por qual motivo , talvez devido ao carinho que o "outro alguém" procura demonstrar de todas as formas, tenho quase certeza de que essas previsões não darão certo. O motivo é simples: Não quero acreditar em nada disso! Fácil assim!
Quero simplesmente viver e aproveitar tudo o que está acontecendo. Me divertir a cada momento, sem tanta rotina, sem tanta tristeza. Aproveitar cada minuto como se fosse o último; talvez pensar em fazer planos (ou aproveitar os planos alheios); quem sabe passar uma tarde em casa, de pijamas, assistindo filminho, comendo cookies (feitos por nós mesmos) e tomando chazinho em canecas coloridas...

Bom, acho que o final de tudo isso, só o tempo dirá...
Chasing Cars (Snow Patrol)
We'll do it all Everything
On our own
We don't need
Anything Or anyone
If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?
I don't quite know
How to say
How I feel
Those three words
Are said too much
They're not enough
If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?
Forget what we're told
Before we get too oldShow me a garden that's bursting into life
Let's waste time
Chasing cars
Around our heads
I need your grace
To remind me
To find my own
If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?
Forget what we're told
Before we get too oldShow me a garden that's bursting into life
All that I am
All that I ever was
Is here in your perfect eyes, they're all I can seeI don't know where
Confused about how as wellJust know that these things will never change for us at allIf I lay here If I just lay hereWould you lie with me and just forget the world?
Não sei se Mao Tse-tung está revoltado, rebolando ou sorrindo no túmulo. Sua China virou uma indústria de imitações de plástico (GERALD THOMAS)

Os EUA são "made in china"

NÃO SEI se Mao Tse-tung está revoltado, rebolando ou simplesmente sorrindo no túmulo. Sua Revolução Cultural acabou dando numa enorme fábrica poluente e de produtos de quinta categoria. A sua China virou uma indústria de imitações de plástico ou uma enorme versão das Chinatowns de Nova York e de Los Angeles.

E os trabalhadores? Ah, sim, 3 dólares por dia, claro! Mas esses produtos estão acabando com os EUA e com outros países do Ocidente, literalmente. Para cada máquina de café "made in China" ou edredom fabricado lá, para cada tênis Nike ou o que você imaginar, o trabalhador americano está no olho da rua.

O nome disso aqui é "outsourcing", e seus maiores oponentes na mídia são Michael Moore e Lou Dobbs. O problema da China é bem mais grave que o "outsourcing" da força trabalhadora que foi para o México, para a Índia ou para as Filipinas. Lá tem a exploração, mas não benefícios, como seguro de saúde, aposentadoria. Depois do surto epidêmico do E.coli do espinafre colhido na Califórnia, que mandou cinco para o cemitério e 190 para o hospital, parcialmente por causa da "higiene (ou falta dela) dos mexicanos ilegais que fazem a colheita" -o que está entre aspas é citação do Center for Desease Control-, o mais recente escândalo assombrando a Food and Drug Administration são os produtos de origem na China: peixes cultivados em rios poluídos, camarões cultivados em tanques, pasta de dentes e outros que já chegam contaminados com uma substância tão tóxica que o próprio Departamento de Saúde da China a baniu faz cinco anos (o FDA a baniu faz 25 anos). Esse produto é algo parecido com o "antifreeze" que se coloca nos radiadores dos carros no inverno. Uma substância marciana gosmenta e verde que não permite que a água congele. E parece que esse anticongelante em pequenas proporções permite que os peixes continuem vivos em rios, riachos ou tanques altamente poluídos. Idem para os crustáceos. E como a base da pasta de dentes é igual para todas, o governo americano se viu obrigado a alertar o público: cuidado ao comprar a sua pasta de dentes. Mas, cuidado como, meu Deus?

A situação é tão grave que o equivalente ao secretário de Saúde da China foi sentenciado à morte. A China reconhece a gravidade da situação. Existe uma proposta de lei em uma gaveta do Congresso em Washington DC que obrigaria o fabricante a colocar não somente o país de origem do produto mas também detalhes como "esse produto contém ingredientes originários da China".

Mas, porque o lobby é forte e a China é a número um na "trader's list" (os EUA vendem partes de automóveis, partes de software, partes de tudo, inclusive armamentos bélicos -pasmem-, que são devolvidos para cá a troco de centavos), essa proposta de lei não sai da gaveta. Então, como tomar cuidado? Entrei nesses dias na loja Bed, Bath & Beyond e tudo ou quase tudo é fabricado na China. Sendo muitíssimo honesto comigo, o gerente da seção de máquinas de café falou sobre a da Krup, originalmente fabricada na Alemanha (e sobre o liquidificador Hamilton Beach): "Não prestam. Não compre: em três semanas entrarão em curto ou a tampa voará ou a água sairá por baixo". E, em voz baixa: "Vejo, pela tua aparência, que posso confiar em você. Também participei das passeatas contra a Guerra do Vietnã". Me senti um velho. Quase, ao sair da loja, passei na seção de bengalas. Mas me lembrei que bengala deve vir de Bengal, na Índia e... Bem, lá se vai mais uma história. Dia desses, tentei comprar uma camisa branca simples, dessas com botão, por que a que eu tenho rasgou depois de cinco anos de uso (ainda feita nos EUA). Já havia notado que a minha Levi's nova era "made in China", o tecido está fino demais, feita para durar, no máximo um ano (e olhe lá!) e continuei a caminhar. A loja Gap inteira é "made in China"! Fui para a Banana Republic (dos mesmos donos). Igual: quase tudo vem da China. Meu Deus, o coração começou a pulsar como se eu fosse um personagem num filme de Stanley Kubrick, pronto a ser detido por ter visto algo que não deveria, de olhos bem abertos ou bem fechados -ou algo entre um e outro, sei lá. Como estava fazendo quase 40 graus à sombra, fui buscar abrigo numa loja de porcelana (em inglês, porcelana chama-se "china"). Fui olhar o rótulo de um dos produtos de "china" (com o "c" minúsculo) e o vaso era feito na Turquia. Alívio temporário. Ainda hei de achar aqui neste país algo, além de Bush e Cheney, que são fabricados nos EUA. Juro que vou. Nesse meio tempo, passei na loja Kinkos (hum, que nome suspeito), que se especializou em fotocópia e internet e são parceiros da Fedex, e encomendei um carimbo temporário para estampar nas testas dos transeuntes: "Nós, feitos na Terra (em caracteres chineses), "are made in China'".

Quem sabe dessa forma não seremos mais, digamos, entendidos como commodities e menos como seres humanos, já que essa raça está mesmo em extinção!

Friday, August 31, 2007

Hoje, bateu uma vontade súbita de escrever. Talvez, por não ter com quem falar certas coisas...então, escrevo.

Como eu já esperava, tudo o que chega rápido em nossas vidas, vai embora com a mesma rapidez. Todos sabemos disso, mas preferimos questionar e, às vezes, apostar que talvez as coisas possam ser diferentes. Porém, ando descobrindo aos pouquinhos, que em alguns casos, as coisas andam em círculos mesmo e, por mais que eu tente mudar, elas simplesmente não mudam.

Descobri por exemplo, que infelizmente, todas as pessoas que gosto e são importantes pra mim, sempre precisam ir embora da minha vida de uma maneira ou outra. Sejam elas, parentes, amigos,namorados, elas sempre têm que ir e não posso fazer muita coisa para impedí-las.

Já havia feito essa constatação há algum tempo. E a cada dia, aprendo a lidar um pouquinho mais com isso. Quando o "outro alguém" entrou na minha vida, eu já sabia que, logo, logo, ele teria que ir, como todos os outros. Mas diante de tanto carinho,atenção, alguns planos e algumas promessas, quis acreditar (novamente) que poderia ser diferente. Que talvez, ele pudesse ficar. Mas ele não pode.

A vida, mais uma vez, levará uma das pessoas que gosto embora. Seja por meio da distância física ou da simples distância psicológica (aquela em que as pessoas estão próximas apenas fisicamente).Então, resolvi escrever este post, talvez para dividir com ninguém, o nozinho na garganta que estou sentindo. Talvez, para eu me conformar com uma situação que eu sabia que aconteceria cedo ou tarde.

Como falei para o "outro alguém": o importante é que existiu. Pode não ter durado muito. Talvez, tenhamos nos conhecido na época errada (estará errada mesmo?), mas o que sentimos (Sentimos? Posso falar apenas por mim), em pouco mais de 1 mês, pode ter significado mais que 1 ano ou uma vida. Descobri, que não importa quanto tempo ficamos com uma pessoa, mas como aproveitamos tudo isso.Fiquei feliz porque as coisas aconteceram. Fiquei feliz por saber que a minha sensibilidade ainda existe - Nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além -, fiquei feliz por saber que existiu alguém que se importou comigo, que de alguma forma, me entendeu e que fui capaz de retribuir isso, pela primeira vez na vida. Alguém com quem aprendi que podemos deixar algumas coisas acontecerem, sem tantos medos ou bloqueios.

Nesse pouco tempo, fui feliz e sabia disso. Me senti bem, como nunca tinha acontecido e, isso, por si só, já faz toda a diferença.

Amor??? Alguns chamam isso de amor. Confesso que não sei como denominar. Afinal, também descobri que nunca amei ninguém (que não fizesse parte da minha família...hahah). Prefiro não rotular. Apenas sinto e fico feliz que tenha existido. Mesmo que agora, eu não tenha mais com quem dividir; que alguns planos já não façam sentido; mesmo que agora, eu tenha que visitar o Louvre sozinha (como eu pretendia fazer). Não importa. Sinto-me feliz porque simplesmente aconteceu. E isto é tudo.

Quase Nada (Zeca Baleiro)

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada

Friday, August 17, 2007


Embora eu já esperasse a notícia...ficou um nozinho na garganta.

Confesso que não consigo entender algumas coisas...
não consigo entender o que está havendo, não consigo definir o que sinto, enfim...

A cada dia, descubro que tudo é efêmero, que tudo passa e não há muito o que fazer para mudar isso. De alguma maneira, tudo tem que passar...
Hoje, por enquanto, sem texto.
Strani Amori (Renato Russo)
Mi dispiace devo andare via
Ma sapevo che era una bugia
Quanto tempo perso dietro a lui
Che promette e poi non cambia mai
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi

E lo aspetti ad un telefono
Litigando che sai libero con il cuore nel lo stomaco
Un gomitolo nell'angolo
Lì da solo, dentro un brivido
Ma perché lui non c'è

E sono strani amori che
Fanno crescere e sorridere
Fra le lacrime
Quante pagine lì da scrivere
Sogni e lividi da dividere
Sono amori che spesso a questa età
Si confondono dentro a quest'anima
Che si interroga senza decidere
Se è un amore che va per noi

E quante notte perse a piangere
Rileggendo quelle lettere
Che non riesci più a buttare via
Dal labirinto della nostalgia
Grandi amori che finiscono
Ma perché restano nel cuore

Strani amori che vanno e vengono
Nei pensieri che lì nascondono
Storie vere che ci appartengono
Ma si lasciano come noi

Strani amori fragili Prigionieri, liberi
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi

Strani amori fragili Prigionieri, liberi
Strani amori che non sanno vivere
E si perdono dentro noi

Mi dispiace devo andare via
Questa volta l'ho promesso a me
Perché ho voglia di un amore vero
Senza te

Thursday, August 02, 2007


Não sei quantas almas tenho (Fernando Pessoa)

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu


"Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante".
(Saint-Exupéry)


Nossa, nem sei como começar este post.Existem tantas idéias passando pela minha cabeça e não consigo traduzí-las em palavras...

Há alguns posts, comentei que as coisas podem começar e terminar em fração de segundos. Não consigo entender isso de maneira lógica,apenas descobri que algumas coisas simplesmente acontecem, acabam com a gente e têm todo um significado, um motivo maior.

Alguém dizia que me amava e sumiu. Alguém que talvez eu amasse também. Alimentei esperanças, desanimei, caí, levantei, me iludi, morri e ressucitei. Renasci das cinzas, um pouco diferente do que eu era, um pouco mais fria, mais humana, menos triste...forte.

E tudo passou. Meu sofrimento se tornou indiferente. O Amor que talvez eu sentisse, também. Morto? Talvez. Se é que existiu um dia.

Mas eis que no meio desse turbilhão de informações e descobertas,encontro outro alguém, que teoricamente eu nunca olharia e, o mesmo, não me olharia em hipótese alguma. Eis que, num primeiro momento, nos odiamos.

A partir daí, nos olhamos, conversamos e nada mais fez sentido.
Como pode, pessoas tão opostas, serem tão iguais? Podem pessoas tão iguais, descobrirem que possuem sentimentos?? Como pode, pessoas tão desapegadas e livres, descobrirem de repente que algo mais existe? Existirá mesmo algo mais?

Deixamos nossos medos e travas de lado, e estamos nos entregando a algo que não compreendemos. Será necessário compreender algo?

Sinto-me um pouco perdida. É como pular do alto de uma torre e esquecer de amarrar a corda. Não gosto de não compreender. O mundo ganhou um pouco de cor. Não gosto de não conseguir ser racional. Simplesmente sinto. Só espero que isso, não acabe mal...

Friday, July 13, 2007

"O Essencial é Invisível aos Olhos"
"Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
(Antoine de Saint-Exupéry)



Hoje estou num daqueles dias em que tudo parece diferente. Pra melhor, claro. Não posso reclamar, acho que de uns meses pra cá, tudo melhorou consideravelmente. Ou talvez, eu tenha melhorado consideravelmente. Não importa.

A questão é que quero postar algo aqui, mas estou sem assunto. E nessa falta de assunto, travei uma batalha interna tão grande que daria um livro. Vai entender...
Acho que minha atual felicidade provém da liberdade que estou sentindo. Há mais ou menos um mês, me descobri humana. Uns podem achar engraçado isso, afinal, é visível aos olhos, mas eu não sentia. Eu existia e não tinha consciência nenhuma do que eu era, portanto eu era qualquer coisa, mas não sabia exatamente o quê ou quem. Sabia que tinha de ser perfeita, apenas isso. E nessa frenética busca, me machuquei bastante.

A questão é que por ironia do destino (e uma mulher que me apavorou), me descobri humana. Comecei a sentir e viver isso de maneira mais intensa. Comecei a soltar as amarras que me prendiam a pessoas, situações e atitudes rígidas ao longo da minha existência.

E nesse processo de auto-descobrimento, percebi que muitas vezes ficamos parados e nos recusamos a mudar nossa situação, seja ela qual for. E sofremos. Muito. Por tempo indeterminado. Amaldiçoamos a vida, as pessoas e a nós mesmos, sem enxergar uma saída plausível para tanta tristeza. E tudo acontece. A vida segue o seu curso. Enquanto ficamos parados, achando que ela fará o mesmo. Mas não faz. Reclamamos de nossos empregos que suportamos, do amor que não conquistamos, dos amigos que não temos. Até descobrirmos que estamos mortos em vida.

Nos últimos tempos, eu estava morta em vida. Eu existia e não sentia nada. Eu trabalhava e não via o futuro, chorava um amor perdido que já estava em outros braços. Não tenho certeza de quanto tempo isso durou. Um ano? Alguns meses? Uma vida toda? Acho que eu era um ser humano normal, desiludido como qualquer outro.O que importa é que uma mulher horrorosa me acordou. Ela era tão estupidamente gentil, com seus olhos de eterna inocência, seu ar de menina pura e sua roupa de bonequinha de porcelana, que me senti enojada. Talvez, não por ela, mas por mim mesma. Talvez ela fosse “eu amanhã”, com aquela aura de boa moça, distante de tudo, acima de todos. Ela era tudo o que eu não queria ser e naquele momento me descobri outra pessoa. Humana. Vi que não precisava ser tão perfeitinha. Que nada precisava ser assim. Que eu poderia ser simplesmente eu (e acreditar nisso). Que tudo é transitório e isso pode nos encorajar a viver. Que perpetuar situações, pessoas e lembranças nem sempre é bom. E que por incrível que pareça a vida é sábia, independentemente das nossas crenças. Tudo se encaixa, basta estarmos abertos a isso.

Comecei a perceber que poderia (e principalmente, queria) simplesmente viver, escorregar, me machucar, levantar e tentar novamente. Sem ter tanto medo do mundo, sem me fechar tanto. E que posso ser muito feliz, assumindo meus defeitos e minhas qualidades. Esse é o equilíbrio que eu tanto buscava e não tinha.

Finalmente descobri, que tenho sim que me adequar a algumas coisas, mas que posso mudar o mundo ao meu gosto, uma vez que cada um de nós tem uma visão muito particular do mesmo. Que pra isso eu precisava apenas acreditar em mim e fazer as coisas acontecerem, crescerem, ao invés de ficar esperando que algo caísse do céu. Para completar, consegui perceber que um gesto pode valer mais que mil palavras e definir toda uma situação. Que as decepções nos fazem crescer e algumas simplesmente nos salvam, embora a gente muitas vezes nem perceba isso. Uma simples ausência do amor perdido foi suficiente para terminar com o meu sofrimento de meses. A simples falta de resposta, respondeu todas as minhas questões e mudou todo um conceito.

Agora, me sinto livre para viver e acreditar nos meus sonhos, independente do que os outros digam. Afinal, “os sonhos são paras as crianças” diriam alguns. Os adultos vivem a realidade e com suas verdades incontestáveis, se perdem em pesadelos.

Passei a perceber e curtir mais tudo ao meu redor. Seja o sorriso de uma criança, uma conversa informal ou um gramado verdinho. Passei a sentir tudo isso e me descobri profundamente normal. O fato de sermos normais, por si só, nos faz muito diferentes.

Sempre sonhei, mas hoje acredito nos sonhos. E me conscientizei de que serei sempre uma adulta, eternamente criança.



Tuesday, June 26, 2007





Só pra não perder o costume....



"Todos os dias agora acordo com alegria e pena.Antigamente acordava sem sensação nenhuma: acordava.Tenho alegria e pena porque perco o que sonho e posso estar na realidade onde está o que sonho.Não sei o que hei de fazer das minhas sensações.Não sei o que hei de ser comigo sozinho.Quero que ela me diga qualquer cousa para eu acordar de novo".


Alberto Caeiro

Thursday, May 17, 2007




“Não quero tapar o sol com a peneira. Fazer o filme ficar mais aceitável...”

Aos 31 anos ele já integra a chamada “Nova Geração de Diretores Brasileiros”. Com um ar pensativo e sempre sorridente, Felipe Joffily, já dirigiu três curtas-metragem, diversos clipes e seriados para TV e, em fevereiro de 2006 lançará seu primeiro longa “Ódiquê?”, que conta com a participação de Eduardo Azevedo, Cauã Reymond e Alexandre Moretzohn.
Sem medo de dizer o que pensa, Felipe é um diretor que promete inovar a maneira de fazer cinema e, acima de tudo, provocar e levar a sociedade a uma reflexão mais profunda sobre si mesma.

Priscilla Oliveira – Como tudo começou?


Felipe Joffily – Eu na verdade comecei estudando publicidade na PUC. A gente não tinha muita opção de estudar cinema no Brasil, e no Rio, muito menos. O cinema estava muito em baixa também, então, não tínhamos muita referência, nem muitos motivos para querer fazer cinema, a não ser que você consumisse muito cinema e achasse que era possível viver daquilo. Eu achei que de repente, dentro da comunicação, da publicidade, eu poderia chegar mais perto daquilo que eu queria fazer, que era contar histórias. E aí comecei a estudar propaganda, fiquei meio cansado no final do curso, tranquei e fui pra Nova Iorque estudar cinema lá. Na época, eu estava começando a estagiar com o meu primo, José Joffily, no filme “Quem matou Pixote?”. Fiquei super impressionado e falei: “É isso que eu quero fazer da minha vida!”. Fui pra Nova Iorque, estudei dois anos lá; voltei, terminei o curso da PUC e aí me formei. Comecei a trabalhar com propaganda, porque fui absorvido pelo mercado da propaganda, só que dentro dessa estrutura, que no caso era a TECCINE, a produtora que eu trabalhava, eles tinham um aparato técnico bem grande, que só atendia propaganda e eu, estava vindo de uma escola de cinema, tinha as minhas vontades, meus desejos de filmar ficção, aí , fiz o curta “CANA”, usando a estrutura da produtora e vislumbrei, um dia, fazer aquilo vezes dez; poder pegar aquela estrutura, usar ela a meu favor para fazer um longa, contar uma história maior.

P.O.– Fale um pouco sobre “Ódiquê?”

F.J. – É um filme comportamental sobre jovens de classe média que estão caminhando ali, entre a marginalidade e a malandragem. É o dia em que esses três, quatro personagens no caso, cruzaram essa linha e deixaram de ser jovens rebeldes sem causa para se tornarem bandidos. É um filme que questiona o motivo da violência sem justificativa desses jovens; porquê que eles estão chegando a esse nível de comportamento, porquê essa barbaridade cotidiana nas vidas desses personagens. A gente apresenta isso como um retrato de como eles são, e por isso eu falo que é um filme bem comportamental, porque não é um filme moralista e eu não tento resolver o problema e nem apontar as causas desse problema e sim questionar: Ódio de quê?. “Ódiquê?” é uma contração de “ódio de quê?”, um neologismo que a gente questiona também. Então, a gente mostra bem como eles são, exatamente como eles são e levanta a questão que é discutir os fundamentos e essa transformação da classe média.

P.O.– Segundo alguns críticos, o filme possui cenas muito fortes que poderiam ser descartadas. O que você tem a dizer sobre isso?

F.J. – O filme, ele é real, então, eu não tenho muito como moralizar isso, descaracterizar o que é de verdade, pra fazer com que o filme fique mais apreciável por alguém, por ele ser menos ou mais violento. Essas mesmas condições, essas mesmas características que não se questionava muito em Cidade de Deus (filme de Fernando Meirelles) e sim a obra-prima do trabalho, principalmente um trabalho com fundamento realista, um filme extremamente realista, mas não da realidade da classe média, não da realidade do consumidor de cinema brasileiro hoje em dia. A classe média, às vezes se incomoda, mas é um choque muito grande porque a imprensa, que é mais intelectualizada e pensa isso como um fundamento social, tende a incentivar o filme. Isso é necessário para o debate, ta entendendo? E era essa a nossa intenção. Era mostrar como as coisas são, para que os educadores; para que meus pais pudessem ter conhecimento do que eles fazem para poder questionar ou tentar identificar algumas semelhanças nos filhos, ou enfim, desses jovens com o filme e, aí, poder discutir o porquê disso. Então, acho que isso é normal, eu esperava esse tipo de crítica em relação a essa violência, mas, essa violência é dos personagens e é daquela figura, não dos diretores. Eu não transformei a realidade para que ele ficasse mais grotesco, para que ele fosse mais apreciado pelos que gostam de filmes violentos. É um filme que infelizmente é isso. É isso que a gente precisava.

P.O. – Também disseram que, no final do filme, você tentou amenizar toda a violência que ocorreu no decorrer da obra...

F.J. – Não, aí eu discordo. Porque, primeiro, eu não tive a intenção de manipular a história a favor da aceitação ou não do filme, nem dos personagens. O fim, ele é tão decorrente da história quanto os meios do filme. Então, as conclusões, e eu sei porque eles estão querendo criticar a responsabilidade dessas pessoas, a impunidade, são todas questões que a gente critica todos os dias; a gente abre o jornal e vê impunidade de ponta a ponta, a gente vê violências e barbaridades que não chegam a conclusão nenhuma. A gente tem, enfim, a história do nosso país que é construída em cima de impunidades, em cima de desvio de recursos, de crimes não solucionados, dentro de seqüestros não solucionados e as pessoas que estão aí, que estão fazendo isso e isso acontece o dia inteiro. Então, isso faz parte do filme, a solução daquela história e ele era um golpe, tendo dado certo ou não é a condição daquela história. Foi o dia em que esses caras fizeram isso e saíram, no caso, impunes e isso tem que ser discutido também. Agora, o contrário seria se eu tivesse condenado eles de alguma forma no filme, porque nem sempre é verdade. Nem sempre eles são presos, nem sempre eles voltam a ser crianças, isso é muito indefinido.

A gente teve um presidente que fez e aconteceu, a infância do nosso presidente Fernando Collor, o histórico dele, com comportamento de classe média de alta classe é super questionável e ele virou presidente do país, sacou? Então, onde esses caras vão chegar, eu não sei. Teve gente que chegou e falou assim: “Adoro seu filme, achei ele perfeito, mas eu acho que no final você devia subir um letreiro e dizer que o Tito foi morto num tiroteio não sei onde”; queria que eu inventasse um fim qualquer que incriminasse de alguma forma, que responsabilizasse eles de alguma forma e, enfim, eu não sei quais são as possibilidades.

Eu to falando que naquele momento os caras se transformaram em bandidos e dali pra frente o que vai acontecer na vida deles, eu desconheço. O que eu estou querendo discutir é justamente porque eles se transformaram, como eles são, como eles se comportam, sobre o que eles falam. Não quero tapar o sol com a peneira. Fazer o filme ficar mais aceitável, fazer as pessoas falarem assim: : “Que bom que eles foram presos!”; mas não é isso que acontece. A gente é vítima desses jovens o dia inteiro; a gente anda com medo, deixa de estar em alguns lugares para não estar perto dessas pessoas e a gente fica se medindo, no dia a dia, nas coisas que a gente faz e isso fica meio sem explicação.

P.O.– Quais os critérios para a escolha do elenco?

F.J. – Eu queria trabalhar com um elenco desconhecido, pra não trazer nenhuma identidade. O Cauã, por exemplo, já estava, na época, fazendo Malhação e eu não queria trabalhar com o Cauã, porque ele ia trazer da Malhação, alguma coisa que não tinha a ver com o personagem. O empresário dele, o Antonio Amâncio, que estava me ajudando a selecionar esse elenco falou assim: “Pô, testa que o cara está afim. Ele está querendo se descaracterizar, está querendo mostrar um trabalho diferente”. E aí eu falei, tudo bem, vamos fazer uma leitura. Fiz uma leitura e ele me impressionou. Aí eu até pulei um pouco esse preconceito pra assumir o Cauã, porque eu achei que ele ia agregar mais, já que tinha se saído muito bem nos primeiros ensaios. Os outros, até então o Alexandre Moretzsohn, que faz o personagem do Monet, nunca tinha feito nada, foi o primeiro trabalho dele; o Dudu que faz o “Duda” no filme, estava fazendo Cazuza e algumas outras coisas, mas não tinha nada identificável com ele.

E é isso. Eu fiz testes com essas pessoas que tirei de escolas, cursos de teatro e tal, para pegar caras novas; selecionei o elenco principal, a história toda em cima deles e o resto, a gente foi aproveitando pessoas que a gente já conhecia, fazendo outros testes, através de casting, mas com esse objetivo de “caras novas”.

P.O. – Fale um pouco sobre o roteiro de “Ódiquê?”

F.J. – Esse roteiro tem uma história diferente, porque o Guga começou a escrevê-lo depois de assistir um filme chamado “O Ódio”, que é um filme francês de um cara “cascudo”, muito bom. Eu vi esse filme no Festival do Rio em 1995 e quando eu fui pra Nova Iorque em 1996, ele estava sendo lançado lá. Aí, assisti com o Guga, que pirou e resolveu que ia escrever uma história assim. E escreveu. Ele chegava em casa com folhas de caderno (risos), uma bagunça. Escreveu um história que era “Ódio de quê?”, ou não, nem era “ódio de quê?” na época, tinha um outro nome e depois que ele começou a escrever - e você vê como a essência do nosso trabalho de responsabilidade ao tema é grande - quando o Guga começou a escrever o roteiro, ele percebeu que não podia chamar o filme de “Ódio” porque ele não conseguia identificar da onde vinha o ódio daqueles personagens dele. No filme francês, o ódio tinha uma justificativa, os caras eram imigrantes, moravam no subúrbio parisiense, então, tinham um motivo para o ódio deles que é tratado no filme, tanto que eles o chamam de “O Ódio”. Ele (Guga) estava escrevendo as barbaridades que os caras estavam fazendo, mas porque eles estavam fazendo isso? Aí ele falou: “eu vou fazer uma referência ao filme também e vou chamá-lo de Ódio de quê?”, porque ele não conseguia identificar da onde vinha o ódio dos personagens dele e aí, nisso, ele foi desenvolvendo um raciocínio de “Pô, peraí! Deixa eu perguntar por quê a gente fazia isso, por quê meus amigos se comportavam assim, por quê tantas vezes ele chegou tão perto de virar bandido mesmo”. A troco de quê, isso aconteceu? E aí, a gente começou a estudar a classe média e os jovens de classe média. E aí, a melhor saída pra tudo foi, vamos fazer um filme sobre a verdade, porque, só a verdade pode defender a gente.

Qualquer coisa que a gente alterar pra lá ou pra cá, a gente corre o risco de perder completamente a defesa do filme, porque podia ser o contrário, da mesma forma que tem muita gente que critica que o filme é violento demais, que de repente, isso é uma proposta, uma linguagem em cima desse cult da violência; da mesma forma que nego critica isso, podia ser o contrário, eu podia ter dado um final pro filme, onde eles todos são algemados e presos, e aí, nego ia falar assim: “Que absurdo! Ninguém é preso no país!”. Agora, ninguém olha para aquilo e diz que é mentira, ninguém! Eu duvido que você veja qualquer matéria de alguém que viu o filme, dizendo que aquilo ali não acontece. É difícil, porque ninguém vai assumir essa responsabilidade.

P.O. – É, alias, a interpretação dos atores ficou bem real...


F.J. – Eu ensaiei com os caras (atores) durante três meses para eles ficarem reais. Se você olhar para eles, por mais cariocas, regionais que eles sejam num filme (eu podia ter mudado até isso, eu podia ter tirado a forma do cara falar, para fazer com que ele fosse melhor em São Paulo, ou que ele vendesse melhor em Salvador), eu não podia mexer em nada, porque, qualquer coisa que eu mexesse ali, eu estaria descaracterizando a realidade daqueles personagens. A gente ensaiou pra caramba e tem gente que ainda fala: “é assustador, parece que é verdade!” e é a essência do nosso trabalho, a busca do nosso trabalho como retratistas, assim como artistas. Pro ator, então, quando alguém elogia ou quando as pessoas questionam: “Mas quanto daquilo era texto e quanto daquilo era improviso?”; aquilo pra eles é o maior elogio, porque a maior parte era texto. As pessoas acham que aquilo tudo era real. O Alexandre nunca tinha feito nada e está um grande ator; o Cauã descaracterizou completamente, o que ele tem de boy da globo. Então, isso é muito forte.

P.O.– Como foi a relação de trabalho entre você e Gustavo Moretzsohn?

F.J.– O Guga é meu parceiro. A gente estudou junto em Nova Iorque, eu já conhecia esse roteiro há muito tempo. Aí ele me deu pra dirigir. Agora, ele está dirigindo um documentário chamado “Rio Palestina”, que também fala de violência urbana, violência armada, enfim da guerra civil em que a gente vive e eu estou ajudando ele a produzir. Ele, agora, terminou de escrever o segundo tratamento do “Idade da Razão”, que é um filme que eu vou dirigir e o roteiro é dele. A gente vai manter essa parceria, porque sempre achei que eu fosse fazer filmes mais lúdicos.

No Ódiquê?, a gente tinha um personagem a mais, que eu sugeri que a gente tirasse e isso mexeu muito com a história. Muitos diálogos foram reescritos pelos próprios atores, em função da habilidade deles de falarem determinadas falas. Somos muito amigos, então isso é fácil pra gente; um não tem “dedos” pra interferir no trabalho do outro, mas eu tento preservar a essência do trabalho dele e ele, a minha. Eu dou espaço pra ele fazer, comento, e ele vai lá e refaz. Eu não meto a mão. A mesma coisa é na direção. Ele mal vai ao set; no “Ódiquê?”, ele foi um dia, porque também não queria que a presença dele interferisse nos atores ou no meu trabalho. Então, a gente sabe se comportar perfeitamente bem juntos e pretendemos continuar fazendo isso.

P.O. – Você disse que pretendia fazer filmes lúdicos, no entanto, seu primeiro longa é considerado um filme realista. Foi difícil para você sustentar, defender a idéia do filme?

F.J. - Eu achava que ia fazer filmes mais lúdicos, mais românticos e tal, mas, sempre gostei muito do “Ódiquê?” por causa da identificação que eu tinha com aqueles personagens, por ter conhecido, ter tido amigos, vivenciado histórias semelhantes àquelas histórias bizarras, que eu contava para as pessoas e elas nem acreditavam que aquilo era possível. Todo mundo dizia a mesma coisa e eu achava que tinha que fazer um filme daquele jeito. Eu tinha medo dessa responsabilidade, tipo, como é que eu vou bancar que os caras são isso mesmo, e ao mesmo tempo, são bonitões? Parece que estou forçando a barra, pondo os garotos bonitos e malvados, assim, não é um cult à violência – eles são assim! É uma quebra de preconceito.


Então, um filme violento não é só um filme de preto pobre. Filme violento hoje me dia, é filme de classe média. Não estou inventando essa história. Isso começou de um ano e meio, dois anos pra cá – o fenômeno “Pitboy” – essas coisas começaram há dois anos, mas já existem há dez, quinze anos, que neguinho está na balada, um quebrando a cara do outro; saindo com a arma do pai, dando tiro pra tudo quanto é lado, barbarizando. Fumando tudo, cheirando tudo. Eu tinha vontade, mas falei pra um amigo americano: “Olha não vou fazer esse filme, porque depois, vai ser difícil de explicar porque mantive o filme do jeito que ele é”. Por outro lado, a gente não queria transforma-lo num filme moralista. Eu quase deixei de fazer o filme. Aí o cara falou: “Melhor você fazer o filme assim, do que alguém fazer um filme comercial sobre esse mesmo assunto e descaracterizar o que é”. E aí, fiz esse filme aqui assim e não imaginava que meu primeiro filme já seria isso. Eu achava que ia fazer até filmes infantis, porque a gente consumiu muito o cinema dos anos 80; aquele cinema mágico do Spilberg, George Lucas, enfim, achava que era isso que eu ia fazer da minha vida, filmes maneiros, lindos, emocionantes, românticos, etc.
E fiz esse filme e tomei gosto por isso, pelo trabalho do Guga, que tem muita consistência nessas questões sociais.

P.O– Agora, vamos falar um pouco sobre o “Cinema Realidade”. Você pretende seguir essa linha nas próximas obras?


F.J. – Na verdade, assim, a gente acaba sendo um reflexo daquilo que a gente consome e acaba querendo botar no que a gente faz como arte, como exercício, qualquer coisa, aquilo que faz parte da nossa vida; aquilo que a gente tem conhecimento. Temos mais habilidade de falar daquilo que está próximo da gente.

É...eu me formei em cinema, estudo cinema, trabalho com cinema e tenho condições de recriar uma outra condição, fazer um filme de época, fazer um filme regional – de repente de uma área que não seja a minha – você vai lá, estuda, pesquisa, trabalha, faz. Só que existe uma necessidade muito grande do cineasta, do produtor, do artista em transmitir essas angústias sociais que ele convive, presencia. Então, é um reflexo mesmo, orgânico eu acho, do artista, de pintar a obra que ele vê da janela dele ou ir para aquele lugar que ele quer retratar, aquilo que a ele interessa. Acho que isso é uma reação natural. A tendência é acontecer mais, porque tem uma geração nova querendo fazer cinema; porque está se discutindo muito o comportamento, a ética, o país. O país está olhando um pouco mais para ele, então, você vai ter documentários, também tem a revolução digital que proporciona outras condições de produzir cinema, que viabiliza que você expresse mais o que está sentindo. Mas o realismo também é questionável porque é uma coisa muito precisa. Quando você faz um filme realista, talvez não manipule tanto a favor do comercial ou de outros motivos que não seja representar a realidade num trabalho de arte. Então, os realistas mesmo, são poucos; talvez o Cidade de Deus, apesar de toda a estrutura narrativa dele e o comportamento do roteiro que é bem construído, bem dentro dos padrões e tal, eu caracterizo, como um filme realista. Já o “Carandiru” que é em cima de fatos reais, eu não caracterizo tanto como realista. É um filme muito moldado para ser comercial. Então, o realista é meio relativo também. Já o “Contra Todos”, por exemplo, eu acho um filme extremamente realista, porque preserva o personagem, a essência da trama e o drama, mais do que a condição estética da fotografia e tudo, funcionam em função do realismo.

P.O – Ódiquê? É considerado um filme independente, certo? Existem muitas questões acerca dessa definição. Para você o que é o cinema independente?

F.J. – Não existe uma definição e eu não vou me propor a te definir o que é. No meu ponto de vista, o cinema independente pra mim, é o cara que terminou de fazer faculdade agora e não vai olhar pra formato nenhum de nada. Ele vai pegar a câmera DV dele e vai sair atrás daquelas imagens, daquela história que ele queria contar; vai fazer aquilo. Seja DV, seja a 16 (mm) do amigo dele, seja a 35 (mm) do patrão da empresa dele...isso é independente: é você pegar e correr atrás daquilo que você quer e fazer o que você quer.
Como indústria, independente, é quando você está fazendo fora do mercado que, de certa forma, domina essa indústria. Como a gente ainda não tem uma indústria, a gente tem leis de incentivo, está todo mundo independente. Mas o mercado já está se definindo e aí, você já está começando a criar uma estrutura parecida com uma indústria, que são os mais poderosos, os mais fechados, que são os estúdios que mais estão produzindo e investindo em cinema, e, qualquer um que está fazendo fora disso, seria independente.
O independente vem do conceito de “independência” americano. Lá nos Estados Unidos, Hollywood e os grandes estúdios são a indústria e todo mundo que faz por fora é independente dessa indústria. Então, se no Brasil a gente tem alguma coisa que se pareça com uma indústria (e aí no caso, no meu ponto de vista, ainda não é), qualquer um que fizer fora, se torna independente.

P.O – Para finalizar, você tem novos projetos?


F.J. – Eu estou com outro roteiro do Gustavo Moretzsohn, chamado a Idade da Razão, que no caso, não vai ser um filme tão realista porque é um filme futurista. Então, vamos mudar um pouco as condições ou prever o que a gente acha que vai acontecer conosco no futuro. É um filme que também fala sobre jovens , fala um pouco mais sobre drogas, num Rio de Janeiro daqui quinze anos. É um filme futurista urbano, com jovens super poderosos. É uma história bem arrojada, mas interessante também.

by Priscilla Oliveira

* Publiquei o texto na íntegra e no formato "Pingue-Pongue", porque acho que fica mais completo desta forma.
** Não houve revisão do texto, nem nada disso, portanto, desculpe os erros!