Tuesday, November 18, 2008
Alguém que tentou me completar um dia, hoje não parece perceber o quanto me fere às vezes. Atitudes bobas e egoístas estão, pouco a pouco desgastando algo que havia começado a nascer, mas que já está morrendo, aos pouquinhos.
O amor que senti de alguém, hoje, soam como palavras vazias. Não consigo perceber o que ele sente. Apenas ouço: “amo você!” e isto se esvai em minutos, em meio a pequenas decepções.
Talvez o momento tenha passado. Talvez ele tenha ficado “adulto demais” a ponto de esquecer pequenas coisas que surpreendem a nossa vida e nos fazem pessoas melhores. Talvez, tenha esquecido de “sentir” e, se sente algo, prefere esconder isto a sete chaves ao invés de se mostrar a mim.
Não. Não sou perfeita. Devo machucá-lo também. Já fiz em outras ocasiões. Não por mal, mas porque seria mais saudável para os dois. E o tempo passou. Nos reencontramos e outra pessoa se apresentou. Alguém tão materialista! Preocupado com dinheiro e tudo o que ele pode comprar.
Não é ruim, mas será que é disso que preciso?
Querem coisa mais profunda???
A metamorfose ou os Insetos Interiores - O Teatro Mágico
Notas de um observador:
Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,não voam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descansam sobre a carniça,repousam-se no lodo,lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.
A futilidade encarrega-se de maestra-los.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes da insônia, a benção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados.
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se.
A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.
Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias,não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.
Friday, November 14, 2008
O que é ter vinte e poucos anos?
É assumir que não tem mais a inconstância da adolescência, nem a responsabilidade da vida adulta.É já ter namorado seriamente , e querer cada vez mais um relacionamento sólido.
Ter vinte e poucos anos é ter feito uma(s) faculdade(s), procurar emprego e depois descobrir que nada daquilo satisfaz. Que bom mesmo é morar com os pais, ao mesmo tempo em que sonha com um apartamento para morar sozinho.
Ter vinte e poucos anos é já ter experimentado drogas legais e ilícitas, e censurar todas as pessoas que ainda consomem. E não assumir nem pros pais, nem pros filhos que um dia caiu bêbado no meio da rua.
Ter vinte e poucos anos é sonhar com uma carreira brilhante quando o mercado não inspira confiança, e ter certeza que será promovido. É querer casar quando os pais decidiram se separar. É não ver a solteirice como opção.
Ter vinte e poucos anos é reclamar dos pais, patrões... Até dos amigos! E depois constatar que nada melhor do que conviver com todos eles. Que no fundo, a vida foi mais do que justa, porque tem gente em pior situação.
Ter vinte e poucos anos é não encontrar definição pra o que está acontecendo. É querer uma causa pra abraçar, e largar tudo pra tomar uma cerveja. É olhar pro futuro com pressa, e pro passado com nostalgia.
Ter vinte e poucos anos é entender e não entender o porquê de tudo dar errado. E se matar pra que tudo dê certo. É viver como se ainda tivesse todo o tempo do mundo, e se sentir pressionado como se amanhã fosse o último dia.
Ter vinte e poucos anos é ouvir música alta em casa, mas querer silêncio quando se está refletindo. É brigar com a balança todos os dias, e descobrir que depois de vinte e poucos anos, o corpo cai, amolece, engorda...
Ter vinte e poucos anos é não saber definir o que é ter vinte e poucos anos. É se sentir tão perto, e tão longe do resto do mundo. É odiar a adolescência, e ter medo dos 30. É viver o presente pra recordar o passado.
Tuesday, November 11, 2008
Cá estou eu devaneando sobre a vida novamente. Tantas coisas aconteceram neste ultimo ano. Quase pude esquecer as minhas frustrações e decepções. Quase pude recomeçar.
Finais, viraram recomeços. Esperanças, se concretizaram e viraram uma história. Uma antiga amizade, talvez tenha se tornado amor. Caso ele exista.
Antigos amores, por longos anos amores, ou meras fixações, ainda tem a sua importância, porém, não como outrora.
Existirá destino ou apenas pequenos acontecimentos articulados por nós mesmos? O recomeço será de fato o início? Ou apenas momentos bons ao lado de alguém que não deveria estar onde está? Que apenas entrou (novamente) em minha vida por causa de uma garrafa de vodka?
Empurrão ou ironia do destino??
Deveria eu acreditar que desta vez as coisas estão nos seus devidos lugares? Pessoas tão diferentes em seus gostos, opiniões, atitudes, poderão dar certo juntas? Aprenderão a desejar e conviver com a outra de maneira harmoniosa?
Tantas coisas passam pela cabeça. Não quero mais pensar. As pessoas simplesmente mudam e isso é tudo.